quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O agrado que desagrada

Não nego a felicidade, não nego a alegria estampada em minha cara, sou grata, e tenho tudo o que quero...

Mas não me acho. Vejo a vida, eu amo a vida, eu quero tocá-la. Gosto das pessoas, das suas diferenças, da diversidade, das qualidades e dos defeitos, dos sentimentos, das pequenas e das grandes coisas, eu gosto de tudo que por menor quantidade que seja, contenha vida...

E sinto que tenho lá meu papel, ainda que não descoberto, ainda que me pareça intocável e que me sinta cada vez inútil em relação a tudo isso... Não suporto a atual situação do mundo, não acho que alguém mereça sofrer mais do que o normal. As pessoas sonham, tem vida e sentimentos, e pouco isso se faz notado pelos outros homens..

O mundo se move de ganância, de ambição e da maldade dos homens. Quase não há almas bondosas que olhem para baixo e vejam toda essa hipócrita situação... Não tem nexo, não faz conexão com nenhum ponto de vista coerente. Como existem situações dessa forma?

Como o homem consegue olhar para seus semelhantes e não se sensibilizar com a situação? Como todos conseguem ser tão regados de egoísmo, e tão permanentemente desinteressados na vida?

E é por isso, mesmo que não bem explicado, que eu olho com repulsa e enojada toda essa condição humana, todo essa maldita hipnotização pelos excessos...

Mas eu não vejo meus pés saírem do chão, não movo um dedo em direção a mudança, me sinto presa e não consigo voar. E talvez, quando eu encontrar o motivo de tal prisão eu venha dizer o que me prendia de fato, e como consegui me libertar...

Mas até lá, eu vou amando a vida, amando a diversidade, e indo, mesmo que quase sem mover, em direção a um futuro incerto que me agrada os olhos...

Rumo á vida.

Um comentário:

Solin disse...

poxa, fazia tempo q isso que vc falou pairava na minha cabeça. e é essa prisão q vc cita que faz-me não conseguir externar.

essa penumbra em plena luz que é automática... e por mais q a gente tente passar o mais longe possível dessa neblina, penumbra, alcança um pedacinho do dedo que seja.

sorte!

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