Ainda estou meio sonolenta, as palavras que deslizam pelos cantos da boca não saem com o entusiasmo com que sempre tento passar... Ainda não tomei café, ainda não tomei o liquido forte para abrir os olhos. Tudo que faço é arrastar os pés pelo chão frio da casa, caminhar os poucos metros quadrados que me rodeiam e dizer para as paredes o que ninguém quer ouvir... Escuto discos que não me completam, e analiso passados que não me pareciam a minha conduta em essência... Folheio livros, cadernos, fotos, papéis, e tudo o que me parece sólido e real, acaba em cada minuto, se tornando mais liquido e abstrato, não podendo assim, conter tudo em minhas mãos, pois escorre e vai sempre em direção ao chão.
Não importa quantas vezes você se levante, a gravidade sempre lhe levará ao chão, não importa quantas vezes suas cicatrizes sejam curadas, elas sempre vão deixar marcas, e volta e meia alguém repara e diz: "como as conseguiu?', e daí vem toda aquela velha história de desenhar a cena, as vezes com um certo tom de orgulho, outras de desprezo e necessidade de dizer que foi em um passado distante...
Toda uma descrença, uma desilusão, refletida em olhares distantes, e falas mortas. Todo uma critica hipócrita e mal feita, sussurrada com um ar de prepotência falida... Participo do grupo que tem a arte de fingir ser diferente, sendo a mesma massa controlada de sempre...
E assim me faço cada vez menos alguém, com a suspiros interrogativos, e as falas desgastadas...
Sejamos francos, não há nada além de espinhos em rosas e pétalas pisoteadas... (ou há?)
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